Arilton Bastos Alves, motorista da carreta que colidiu com um ônibus na BR-116, próximo a Teófilo Otoni, Minas Gerais, causando a morte de 39 pessoas, foi preso na manhã desta terça-feira (21), no Espírito Santo. Exames toxicológicos revelaram que ele estava sob efeito de cocaína, ecstasy, álcool e outras substâncias no momento do acidente.
O laudo, realizado dois dias após a tragédia, confirmou o uso de drogas como MDA (conhecida como "bala") e medicamentos psicotrópicos como alprazolam e venlafaxina. A decisão judicial, assinada pelo juiz Danilo de Mello Ferraz, aponta que o motorista agiu com “deliberada assunção de risco” ao conduzir o veículo sob efeito dessas substâncias e em alta velocidade.
Arilton já havia sido abordado por embriaguez ao volante em julho de 2022, ocasião em que teve o direito de dirigir suspenso. No dia do acidente, a carreta que ele conduzia transportava dois blocos de granito com peso total de 68 toneladas, excedendo os limites permitidos pela legislação, além de estar a mais de 90 km/h em uma via com limite de 80 km/h.
De acordo com as investigações, o tombamento do segundo semirreboque da carreta na contramão foi a causa principal da colisão, que resultou no desprendimento do bloco de granito e o choque direto com o ônibus.
Para o juiz responsável pelo caso, o comportamento do motorista demonstrou descuido extremo e desrespeito às normas de trânsito:
“Não se trata de simples inobservância de um dever de cuidado, mas de uma conduta deliberada e embalada pelo uso de drogas e álcool. As evidências apontam para a grave negligência do condutor.”
A tragédia, que vitimou passageiros de um ônibus com destino a cidades baianas, causou grande comoção. Muitos dos corpos precisaram ser identificados por exames de DNA devido às condições do impacto.