O corpo de Kauan Gomes, de 20 anos, foi sepultado nesta sexta-feira (20), no cemitério Jardim Celestial, localizado no bairro SIM, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador. Kauan foi baleado na cabeça por engano enquanto estava a caminho do trabalho, na Avenida Fraga Maia, no último dia 13.
A cerimônia foi marcada pela comoção de familiares e amigos, que lamentaram a perda precoce do jovem. "Kauan era um menino de ouro, tinha um coração maravilhoso. Ficam as boas lembranças e as risadas", disse um familiar emocionado.
Dinâmica do crime
De acordo com as investigações, o suspeito Adriano Oliveira Azevedo, de 35 anos, teria confundido o carro em que Kauan estava com o veículo de outra pessoa, devido a um desentendimento ocorrido durante a madrugada. Adriano teria passado horas bebendo com um amigo e uma mulher com quem mantinha um relacionamento. Após uma discussão por ciúmes, a mulher saiu do local levando a chave e os documentos da moto do suspeito.
Na fuga, ela teria pedido carona a um desconhecido, alegando que estava sendo vítima de uma tentativa de assalto. Adriano, em busca de retaliação, confundiu o veículo em que Kauan estava com o carro do homem que ajudou a mulher a fugir. Ele disparou um tiro para o alto e, em seguida, acertou a cabeça de Kauan.
Kauan estava acompanhado da mãe, que dirigia o carro, e de uma amiga. Ele chegou a ser socorrido e ficou internado no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) por quatro dias, mas teve a morte cerebral confirmada. A família decidiu doar seus órgãos.
Prisão dos suspeitos
Adriano Oliveira Azevedo, apontado como autor do disparo, foi localizado na quinta-feira (19), em Salvador, na casa de um primo no bairro Itapuã. Ele tentou fugir por uma área de mata, mas foi capturado por policiais da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR).
O segundo envolvido, Nadson Araújo Oliveira, de 39 anos, que dirigia o carro em que o atirador estava, se apresentou à polícia em Feira de Santana nesta sexta-feira (20).
A arma utilizada no crime foi encontrada em um sítio na zona rural de Pé de Serra, a cerca de 106 km de Feira de Santana, onde Adriano havia se escondido antes de fugir para Salvador.
Luto e solidariedade
A tragédia abalou a comunidade de Feira de Santana. A família de Kauan demonstrou solidariedade em meio à dor ao decidir pela doação de órgãos, garantindo que a memória do jovem permaneça viva através de gestos de esperança para outras vidas.
A Polícia Civil segue investigando o caso e reuniu elementos que apontam a responsabilidade dos dois suspeitos. Ambos estão à disposição da Justiça.
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