Dois policiais militares foram presos nesta quinta-feira (9) durante a Operação Indignos, deflagrada pela Polícia Civil. Os soldados, que atuavam em companhias distintas em Salvador, são apontados como líderes de um grupo criminoso responsável por tráfico de drogas, extorsão mediante sequestro e lavagem de dinheiro.
Um dos PMs foi detido no Paraná, enquanto viajava, e o outro foi preso em casa, na capital baiana. Segundo a investigação, os policiais desviavam drogas apreendidas em operações e as repassavam para um grupo criminoso rival às vítimas.
A operação foi conduzida pela Delegacia Especializada Antissequestro (DAS) e começou a partir do sequestro e assassinato do empresário Ivan Freitas de Almeida, ocorrido em 3 de agosto de 2023. “Identificamos que Ivan foi sequestrado e morto por policiais militares em uma tentativa de tomada de poder dentro da organização criminosa”, explicou o delegado Adailton Adan.
O esquema criminoso, que atuava na Bahia, São Paulo, Paraná, Amazonas e Ceará, movimentou cerca de R$ 150 milhões ao longo de três anos. Além dos dois policiais, outros seis suspeitos foram presos, incluindo dois flagrados na Bahia com armas e drogas.
As ações ocorreram em cidades como Candeias, Lauro de Freitas, Dias D’Ávila e Camaçari, além de dez bairros de Salvador. Mandados também foram cumpridos em São Paulo, Paraná e Ceará. A polícia pediu que todos os presos fora da Bahia sejam transferidos para o estado, onde os crimes ocorreram.
A investigação segue em andamento, com apreensão de eletrônicos e documentos para aprofundar as descobertas. “Hoje foi mais um passo na desmontagem do esquema, mas ainda há muito a ser apurado”, concluiu Thomas Galdino, diretor do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic).