A chegada de Sidônio Palmeira à Secretaria de Comunicação Social (Secom) consolida o poder da ala nordestina do PT no governo Lula, especialmente o grupo liderado pela "república baiana". A posse do marqueteiro aconteceu nesta terça-feira (14), no Palácio do Planalto, com a presença de importantes figuras da Bahia: o governador Jerônimo, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
Sidônio tem uma longa trajetória de campanhas vitoriosas. Em 1992, foi o marqueteiro de Lídice da Mata (PSB), eleita primeira prefeita de Salvador. Em 2006, contribuiu para a vitória de Jaques Wagner ao governo da Bahia e, em 2014, conduziu Rui Costa ao cargo em primeiro turno. Em 2022, integrou a campanha que levou Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.
A mudança na chefia da Secom reflete a ascensão da ala nordestina do PT, que ganhou força após sucessivas vitórias eleitorais na região, contrastando com o desgaste do partido no eixo Sul-Sudeste. Com a saída de Paulo Pimenta, Sidônio se junta a Rui Costa e Márcio Macedo, formando uma trinca nordestina entre os ministros do Planalto, enquanto Alexandre Padilha, de São Paulo, permanece como o único não nordestino no núcleo do governo.
Essa reorganização no Planalto também pode influenciar a eleição interna do PT, prevista para julho. O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, é considerado favorito, mas cresce a articulação em torno de José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara, como representante da ala nordestina para a presidência do partido.
A posse de Sidônio simboliza, portanto, não apenas uma nova estratégia comunicacional, mas também o fortalecimento político de uma região que tem sido decisiva para o PT e o governo Lula.